quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tema do Estudo do dia 29/10/2010

DA LEI DIVINA OU NATURAL

Caracteres da Lei Natural
Dentro da obra magistral que é "O Livro dos Espíritos", encontramos em sua parte terceira - Das Leis Morais, a correlação direta com os ensinamentos maiores trazidos pelo Mestre Jesus e que se encontram consubstanciado no seu Evangelho.
E no capítulo I da Parte Terceira, encontramos a Lei Divina ou Natural, lei esta que nos rege e da qual derivam todas as demais, demonstrando a sabedoria, a inteligência suprema de quem as criou, bem como a infinita justiça e amor para com todas as criaturas.


E abrindo este capítulo, no subtítulo "Caracteres da lei natural", a questão 614 indaga o que se deve entender por lei natural, ao que a Espiritualidade responde:
" A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta."
E complementam as questões seguintes:
615. É eterna a lei de Deus?
"Eterna e imutável como o próprio Deus."
616. Será possível que Deus em certa época haja prescrito aos homens o que noutra época lhes proibiu?
"Deus não se engana. Os homens é que são obrigados a modificar suas leis, por imperfeitas. As de Deus, essas são perfeitas. A harmonia que reina no universo material, como no universo moral, se funda em leis estabelecidas por Deus desde toda a eternidade."
617. As leis divinas, que é o que compreendem no seu âmbito? Concernem a alguma outra coisa, que não somente ao procedimento moral?
"Todas as da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as da alma.
a) - Dado é ao homem aprofundar umas e outras?
"É, mas em uma única existência não lhe basta para isso."
* Comenta Kardec: efetivamente, que são alguns anos para a aquisição de tudo o de que precisa o ser, a fim de se considerar perfeito, embora apenas se tenha em conta a distância que vai do selvagem ao homem civilizado? Insuficiente seria, para tanto, a existência mais longa que se possa imaginar. Ainda com mais forte razão o será quando curta, como é para a maior parte dos homens.
Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência.
As outras dizem respeito especialmente ao homem considerado em si mesmo e nas suas relações com Deus e com seus semelhantes. Contém as regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são as leis morais.
618. São as mesmas, para todos os mundos, as leis divinas?
"A razão está a dizer que devem ser apropriadas à natureza de cada mundo e adequadas ao grau de progresso dos seres que os habitam."

Ä O Conhecimento da Lei Divina ou Natural -
A ciência vem se dedicando exclusivamente ao estudo dos fenômenos do mundo físico, suscetíveis de serem examinados pela observação e experimentação, deixando a cargo das religiões o trato das questões espirituais.
Com o avanço científico nos últimos séculos, principalmente no XIX, começou a haver uma guerra entre a ciência e a religião.
Apoiada na Razão, e superestimando os descobrimentos no campo da matéria, a Ciência passou a zombar da religião, enquanto esta, revidava como podia, lançando maldições às conquistas daquela, apontando-as como contrárias a fé.
Devido à posição extremada que tomaram e ao ponto de vista exclusivo que defendiam, Ciência e Religião deram a humanidade a falsa impressão de serem irreconciliáveis e que os triunfos de uma deveriam custar, necessariamente, o enfraquecimento de outra.
Felizmente não é assim.
Se é exato que a Religião não pode ignorar os fatos naturais comprovados pela ciência, sem desacreditar-se, esta, igualmente, jamais chegaria a completar-se se continuasse a ignorar o elemento espiritual.
Quanto mais o homem desenvolver suas faculdades intelectuais e aprimorar suas percepções espirituais, tanto mais vai-se inteirando de que o mundo material , esfera de ação da ciência, e a ordem moral, objeto especulativo da religião, guardam íntimas e profundas relações entre si, concorrendo, uma e outra, para a harmonia universal, mercê das leis sábias, eternas e imutáveis que os regem, como sábio, eterno e imutável é o seu legislador.
O conhecimento da Lei Divina ou Natural faz parte do progresso espiritual do homem. Revelada através dos tempos, e pouco a pouco, não se submete às injunções transitórias das paixões humanas, que sempre desejaram padronizá-la à sua própria vontade, submetendo-a a sua desonesta determinação.
Rodolfo Calligaris, no seu livro "As Leis Morais", no capítulo referente "As leis morais da vida", nos ensina que: "Ninguém contesta ser absolutamente indispensáveis habituar-nos pouco a pouco, com a intensidade da luz para que ela nos deslumbre e nos deixe cegos. A verdade, do mesmo modo, para que seja útil, precisa ser revelada de conformidade com o grau de entendimento de cada um de nós.
Daí não ter sido posta, sempre, ao alcance de todos, igualmente dosada".
Por outro lado não basta que apenas nos informemos a respeito da lei divina. É necessário que a compreendamos no seu verdadeiro sentido, para que possamos observá-la. Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, há compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue.
Por compreender isso foi que Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios (13:11), se expressou desta forma: "Quando eu era menino, falava como menino, julgava como menino, discorria como menino; mas depois que cheguei a ser homem feito deixei de lado as coisas que eram de menino".
E, aqui, outra contribuição do Espiritismo a humanidade, pois segundo ensinamentos, em todas as épocas e em todos os quadrantes da terra, sempre houve homens de bem inspirados por Deus para auxiliarem a marcha evolutiva da humanidade. Dentre todos, porém, foi Jesus o modelo da misericórdia divina.
625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
"Jesus."
* "Complementa Kardec: Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.
Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhes falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens."
Há dor e loucura, fome, miséria moral e social em larga escala, num atestado inequívoco do primarismo moral que rege os indivíduos e as coletividades ditas civilizados.
As leis morais da vida são inadiáveis, portanto. É uma subdivisão da lei divina ou natural. "São de todos os tempos as leis morais da vida, estabelecidas pelo Supremo Pai.
"Invioláveis, constituem o roteiro da felicidade pelo rumo evolutivo, impondo-se lentamente, à inteligência humana achando-se estabelecidas nas bases da harmonia perfeita em que se equilibra a Criação".
Estando as leis divinas, escritas no livro da natureza, e na consciência, possível foi ao homem conhecê-la logo que a quis procurar.
621. Onde está escrita a lei de Deus?
"Na consciência."
a) - Visto que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada?
"Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada."
626. Só por Jesus foram reveladas as leis divinas e naturais? Antes do seu aparecimento, o conhecimento dessas leis só por intuição os homens o tiveram?
"Já não dissemos que elas estão escritas por toda parte? Desde os séculos mais longínquos, todos os que meditaram sobre a sabedoria hão podido compreendê-las e ensiná-las. Pelos ensinos, mesmo incompletos, que espalharam, prepararam o terreno para receber a semente. Estando as leis divinas escritas no livro da Natureza (Grifos nossos), possível foi ao homem conhecê-las, logo que as quis procurar. Por isso é que os preceitos que consagram foram, desde todos os tempos, proclamados pelos homens de bem; e também por isso é que elementos delas se encontram, se bem que incompletos ou adulterados pela ignorância, na doutrina moral de todos os povos saídos da barbárie."
As leis morais, que a Codificação de Kardec expressa, são as seguintes "de adoração, do trabalho, de reprodução, de conservação, de destruição, de sociedade, do progresso, de igualdade, de liberdade e, por fim, a de justiça, de amor e de caridade ".
A última lei é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras.
O Bem e o Mal -
Moral, sendo um "conjunto de regras que constituem os bons costumes, concretiza os princípios salutares de comportamento de que resultam o respeito ao próximo e a si mesmo.
Decorrência natural da evolução, estabelece as diretrizes seguras em que se fundam os alicerces da Civilização, produzindo matrizes de caráter que vitalizam as relações humanas, sem as quais os homens, por mais avançados nos esquemas técnicos, poucos passos teria conseguido desde os estados primários do sentimento.
Indagados os Espíritos que participaram da Codificação sobre qual a definição que se pode dar de moral, (Questão 629), eles responderam:
"A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus".
O bem é tudo aquilo que está em conformidade com a Lei Divina e, consequentemente, de forma contrária, o mal é tudo aquilo que dela se afasta. Assim, fazer o bem é estar em conformidade com a Lei de Deus, e fazer o mal é infringir essa lei.
Afim de não se equivocar na apreciação do bem e do mal, é importante observar o que Jesus nos ensinou: "Vede o que quereríeis que se fizesse, ou que não se fizesse para vós". Tudo está nisso: fazer ao próximo o que gostaríamos que ele nos fizesse.
Perante a Lei de Deus, não há castigos nem recompensas, mas, somente conseqüências.
A Lei de Deus é a mesma para todos, mas o mal depende sobretudo, da vontade que se tem de fazê-lo.
O homem é mais culpável à medida que sabe melhor o que faz.
De acordo com as circunstâncias, o bem e o mal têm uma gravidade relativa. A responsabilidade será proporcional aos meios que o indivíduo tem de compreender o bem e o mal.
É assim que o homem esclarecido que comete uma simples injustiça é mais culpável do que o ignorante que se abandona os seus instintos.
O mal é de responsabilidade maior de quem o causa. Assim, o homem que é conduzido ao mal pela posição que lhe é dada pelos seus semelhantes, é menos culpável do que aqueles que lhe são a causa.
Cada um responderá não apenas pelo mal que haja feito, mas também do que haja provocado.
Aquele que não faz o mal, mas dele se aproveita, é como se o cometesse, pois o "aproveitar" nessas condições, tem praticamente o mesmo peso de "participar".
O desejo do mal é tão repreensível quanto o próprio mal, se o que falta é apenas ocasião. Há, contudo, virtude em resistir voluntariamente ao mal que se deseja praticar.
Os Espíritos superiores revelam-nos que a moralidade se fundamenta no progresso espiritual das pessoas, e é adquirido paulatinamente, através das diversas experiências reencarnatórias; isto porque sua observância tem como base ou alicerce o conhecimento e a prática da Lei de Deus, esclarecendo, sobretudo, que o progresso moral está intimamente ligado à prática do bem.
A partir do momento em que o relacionamento humano se expandiu pelas necessidades de vivências comutativas, sentiu o homem desejo de elaborar leis que estabelecessem organizações mais apropriadas ao meio em que vivia. Nesse período evolutivo, os seres humanos começaram a fazer distinção entre o bem e o mal. "Somente a partir de Sócrates passou a Moral a ser considerada pela filosofia. Até então, a moral era exercida arbitrariamente, de acordo com o equilíbrio ou desequilíbrio individual.
O sentido de moralidade é um só; ou seja, é a norma de bem proceder em quaisquer circunstâncias, independente do estado sócio-econômico do indivíduo; devemos cuidar para não confundir conveniências sociais, as quais podem gerar dissolução dos costumes, com a verdadeira prática da moral.
Em qualquer época, o homem que conhece e pratica a Lei de Deus é um ser moral. É um ser que não se prende às superficialidades das convenções e dos modismos da chamada sociedade ou civilização moderna.
À medida que vamos aprendendo a distinguir o bem do mal, vamos nos moralizando.
Pela inteligência e acreditando em Deus, pode o homem distinguir o que é certo do que é errado.
Deus promulgou leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem. Em si mesmo encontra o homem tudo o que lhe é necessário para cumpri-las. A consciência lhe traça a rota e, ao demais, Deus lhe lembra constantemente por intermédio de seus messias e profetas, de todos os Espíritos encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes últimos tempos, pela multidão dos Espíritos desencarnados que se manifestam em toda parte. Se o homem se conformasse rigorosamente com as leis divinas, não há dúvida de que se pouparia aos mais agudos males e viveria ditoso na Terra. Se assim não procede, é por virtude do seu livre-arbítrio: sofre então as conseqüências do seu proceder.
Entretanto, Deus, todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais de sua existência.
A prática do bem está, pois, relacionada com o grau de responsabilidade do homem; com o progresso, o mal decrescerá automaticamente. O mal tem um caráter relativo e passageiro; é a condição da alma ainda criança que se ensaia para a vida. Pelo simples fato dos progressos feitos, vai pouco a pouco diminuindo, desaparece, dissipa-se, à medida que a alma sobe os degraus que conduzem ao poder, à virtude, à sabedoria!
Então a Justiça patenteia-se no Universo; deixa de haver eleitos e condenados; sofrem todas as conseqüências de seus atos, mas todos reparam, resgatam e, cedo ou tarde, se regeneram para evoluírem desde os mundos obscuros e materiais até a Luz Divina.
O mal não tem, pois, existência real, não há mal absoluto no Universo, mas em toda parte a realização vagarosa e progressiva de um ideal superior. Por toda a parte, a grande lida dos seres trabalhando para desenvolver em si, à custa de imensos esforços, a sensibilidade, o sentimento, à vontade, o amor!
No livro "Joanna de Ângelis responde", na questão 136, é indagado: "Qual o mais eficiente antídoto contra o mal?" Resposta – "O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade.
O momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera.
Na ociosidade surge e cresce o mal. Na dor e na tarefa fulguram a luz da oração e a chama da fé".
A problemática do mal e as soluções promovidas pelo bem, estão magistralmente sintetizadas em O Livro dos Espíritos, que nos diz:
Questão 642: "Para agradar a Deus e assegura a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?"
Resposta – "Não, cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem."
Divisão da lei Natural –
Na máxima do amor ao próximo ensinada por Jesus, está contida toda a Lei de Deus, pois encerra todos os deveres dos homens entre si.
A Lei material compreende todas as circunstâncias da vida, mas os homens necessitam de regras precisas, pois preceitos gerais e vagos deixam margem às interpretações várias.
Questão 648 de O Livro dos Espíritos:
"Que pensais da divisão da lei natural em dez partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade?
"Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e de natureza a abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes, pois, adotá-la, sem que, por isso, tenha qualquer coisa de absoluto, como não o tem nenhum dos outros sistemas de classificação, que todos dependem do prisma pelo qual se considere o que quer que seja. A última lei é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras."
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos. III Parte, capítulo I – Da Lei Divina ou Natural.
Kardec, Allan – A Gênese – Cap. III, item 3, 6 e 7 – O Bem e o Mal.
Denis, Léon – O Problema do ser do destino e da dor – Justiça e responsabilidade – Segunda parte, cap. XVIII.
Franco, Divaldo Pereira – Leis morais da vida – Leis morais da vida – parte I.
Franco, Divaldo Pereira – pelo Espírito Joanna de Ângelis – Estudos Espíritas – Moral. Cap. 22.
Calligaris, Rodolfo – As Leis Morais.

LEI DIVINA OU NATURAL

É a lei de Deus, tendo-o como princípio imanente e transcendente do universo, causa e meta, princípio e finalidade; é lei também dita natural porque Deus, estando em tudo, e tudo em Deus, a natureza está prenhe de Deus, que está presente na energia que se transforma em matéria, tanto quanto no espírito que se transforma em consciência, porque nada existe sem ser em Deus.

Por ser uma lei natural é infeliz o que dela se afasta, não por desconhecê-la, mas por repudiá-la. Sendo uma conseqüência da sua presença, ela é eterna e imutável quanto ao tempo e espaço, mas percebida pelos homens na medida em que evoluem e dilatam o seu universo consciencial. Conforme seja considerada, a lei natural tanto rege fenômenos da matéria, sendo estudada pelo homem ligado às ciências acadêmicas, na física, química, biologia, astronomia, etc., como fenômenos do espírito, relacionado com o seu criador - Deus - ou com os seus semelhantes - outros homens e seres da natureza: animais, vegetais, minerais - formando as leis morais. A lei natural, ou divina, está apropriada para cada mundo, na faixa da sua evolução, embora seja a mesma sob o ponto de vista universal. Todos um dia a compreenderão embora muitos a conheçam e não a consigam entender nem respeitar, sofrendo as conseqüências desse desrespeito. Como está insculpida na consciência da criatura, ela é tanto mais compreendida quanto mais aperfeiçoado (evoluído) o ser, facilitando os seus maus instintos o esquecimento. Para tanto a bondade divina providencia, de tempos a tempos, a vinda de espíritos superiores, que a encarnam em extensão e profundidade. Vivendo-a exemplarmente, servem como modelos catalisadores da mudança de costumes de uma população, de uma sociedade, da humanidade toda, dependendo do raio de ação de tais missionários. Alguns falham, não conseguindo dar bom termo às suas tarefas e, entre os ensinamentos reais e verdadeiros, misturam os seus erros e fantasias, obrigando assim os seus seguidores a permanentemente exercitarem a análise e a crítica. Na Antiguidade, eram conhecidos como profetas, e os verdadeiros eram os que não apenas sobressaíam pelas palavras, mas os que testemunhavam pelo exemplo vivo. Entre todos os que até hoje vieram ao encontro do homem o mais perfeito foi Jesus, que conseguiu, na sua longa jornada evolutiva, incorporar de tal forma as leis divinas que as vivia naturalmente, respirando-as e transudando-as através dos seus atos. É o modelo mais perfeito que o homem tem, e hoje os seus ensinamentos, vertidos em forma simbólica ou através de histórias, têm, pelo espiritismo, uma explicação mais lógica e coerente com a época e os conhecimentos atuais, fugindo das características da Antiguidade, quando os princípios das leis divinas e naturais eram tidos como mistérios, abertos apenas a alguns iniciados. A doutrina espírita, com o seu corpo de ensinamentos, vem popularizar o conhecimento antes fechado às grandes massas, que tinham de se contentar em seguir de olhos vendados os seus pretensos mestres que, gozando da possibilidade do poder, abusavam da ignorância do povo, impingindo-lhe crendices e temores infundados, misturando conceitos de bem e de mal. Para a doutrina espírita, a moral tem a ver com o procedimento, isto é, a idéia transformada em ação e em maneira de ser, visando o bem comum. O bem seria a aplicação, nos limites do conhecimento e da possibilidade, das leis divinas, e o mal a ausência da aplicação destas leis ou, no caso contrário, a agressão a estas mesmas leis. Por intuição o homem sabe o que é a lei divina, bastando para isso não se deixar dominar pelos seus interesses egoístas e vaidosos. Na máxima cristã de não fazer aos outros o que não quer que lhe façam, e mais, fazer aos outros o que gostaria que lhe fizessem, está o resumo de tudo. O mal não é uma criação ativa de Deus, que se apresenta no homem como parte da sua natureza; ele é a negação do bem que cumpre ser desenvolvido pelo homem, é a resistência criada pelo homem para a sua própria libertação e crescimento. Na medida em que o homem se desenvolve e sabe quanto bem deve fazer, e se omite, não se esforçando por concretizá-lo, mais responsável se torna perante as leis divinas pelo mal que pratique. Este tanto pode ser caracterizado pelas ações contrárias ao bem quanto simplesmente pela ausência deste. Por isso, o nível de responsabilidade da consciência ignorante não é o mesmo que o do homem dito esclarecido, pois, dependendo das circunstâncias, como da falta de ocasião de praticá-lo, só o simples desejo de perpetrá-lo já dá ao homem um sentimento de responsabilidade pelas suas conseqüências. Todos podem praticar o bem, porque ele não consiste em o indivíduo considerar-se grandioso nos atos de caridade, mas, simplesmente, em tornar-se útil no nível evolutivo em que está. Há mérito em se resistir ao mal que provém do meio em que se vive e, às vezes, isso ocorre como uma provação das nossas forças, podendo também o mal exercer um arrastamento forte sobre o caráter do indivíduo, mas nunca irresistível, pois a vontade é soberana em quaisquer circunstâncias, não se podendo atribuir ao meio a responsabilidade de atos que a consciência aprova ou não. A lei natural, tratando-se do comportamento do homem em relação ao seu semelhante, é a do amor ao próximo como a si mesmo.

domingo, 3 de outubro de 2010

Tema de Estudo para o dia 08/10/2010

Tema de Estudo para o dia 08/10/2010

Diferentes Categorias de Mundos Habitados

Subsídios:

Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo 03 ítnes: 1; 2; 3; 5; 8; 9; 10; 15; 17 e 19
O Livros dos Espíritos
Questões: 55 e 188


O Evangelho Segundo o Espiritismo
C A P Í T U L O I I I

Há muitas moradas na casa de meu Pai

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Mundos inferiores e mundos superiores
Mundos de expiações e de provas
Mundos regeneradores
Progressão dos mundos

1. Não se turbe o vosso coração. – Credes em Deus, crede também em mim. muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. – Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. (S. JOÃO, 14:1 a 3.)

DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE

2. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos
Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos. Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.

DIFERENTES CATEGORIAS DE MUNDOS HABITADOS

3. Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. À medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.

5. Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se vêem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

MUNDOS INFERIORES E MUNDOS SUPERIORES

8. A qualificação de mundos inferiores e mundos superiores nada tem de absoluta; é, antes, muito relativa. Tal  mundo é inferior ou superior com referência aos que lhe estão acima ou abaixo, na escala progressiva. Tomada a Terra por termo de comparação, pode-se fazer idéia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes na condição das raças selvagens ou das nações bárbaras que ainda entre nós se encontram, restos do estado primitivo do nosso orbe. Nos mais atrasados, são de certo modo rudimentares os seres que os habitam. Revestem a forma humana, mas sem nenhuma beleza. Seus instintos não têm a abrandá-los qualquer sentimento de delicadeza ou de benevolência, nem as noções do justo e do injusto. A força bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e de invenções, passam a vida na conquista de alimentos. Deus, entretanto, a nenhuma de suas criaturas abandona; no fundo das trevas da inteligência jaz, latente, a vaga intuição, mais ou menos desenvolvida, de um Ente supremo. Esse instinto basta para torná-los superiores uns aos outros e para lhes preparar a ascensão a uma vida mais completa, porquanto eles não são seres degradados, mas crianças que estão a crescer. Entre os degraus inferiores e os mais elevados, inúmeros outros há, e difícil é reconhecer-se nos Espíritos puros, desmaterializados e  esplandecentes de glória, os que foram esses seres primitivos, do mesmo modo que no homem adulto se custa a reconhecer o embrião.

9. Nos mundos que chegaram a um grau superior, as condições da vida moral e material são muitíssimo diversas das da vida na Terra. Como por toda parte, a forma corpórea aí é sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre e não está, conseguintemente, sujeito às  necessidades, nem às doenças ou deteriorações que a predominância da matéria provoca. Mais apurados, os sentidos são aptos a percepções a que neste mundo a grosseria da matéria obsta. A leveza específica do corpo permite locomoção rápida e fácil: em vez de se arrastar penosamente pelo solo, desliza, a bem dizer, pela superfície, ou plana na atmosfera, sem qualquer outro esforço além do da vontade, conforme se representam os anjos, ou como os antigos imaginavam os manes nos Campos Elíseos. Os homens conservam, a seu grado, os traços de suas passadas migrações e se mostram a seus amigos tais quais estes os conheceram, porém, irradiando uma luz divina, transfigurados pelas impressões interiores, então sempre elevadas. Em lugar de semblantes descorados, abatidos pelos sofrimentos e paixões, a inteligência e a vida cintilam com o fulgor que os pintores hão figurado no nimbo ou auréola dos santos. A pouca resistência que a matéria oferece a Espíritos já muito adiantados torna rápido o desenvolvimento dos corpos e curta ou quase nula a infância. Isenta de cuidados e angústias, a vida é proporcionalmente muito mais longa do que na Terra. Em princípio, a longevidade guarda proporção com o grau de adiantamento dos mundos. A morte de modo algum acarreta os horrores da decomposição; longe de causar pavor, é considerada uma transformação feliz, por isso que lá não existe a dúvida sobre o porvir. Durante a vida, a alma, já não tendo a constringi-la a matéria compacta, expande-se e goza de uma lucidez que a coloca em estado quase permanente de emancipação e lhe consente a livre transmissão do pensamento.

10. Nesses mundos venturosos, as relações, sempre amistosas entre os povos, jamais são perturbadas pela ambição, da parte de qualquer deles, de escravizar o seu vizinho, nem pela guerra que daí decorre. Não há senhores, nem escravos, nem privilegiados pelo nascimento; só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia. A autoridade merece o respeito de todos, porque somente ao mérito é conferida e se exerce sempre com justiça. O homem não procura elevar-se acima do homem, mas acima de si mesmo, aperfeiçoando-se. Seu objetivo é galgar a categoria dos Espíritos puros, não lhe constituindo um tormento esse desejo, porém, uma ambição nobre, que o induz a estudar com ardor para os igualar. Lá, todos os sentimentos delicados e elevados da natureza humana se acham engrandecidos e purificados; desconhecem-se os ódios, os mesquinhos ciúmes, as baixas cobiças da inveja; um laço de amor e fraternidade prende uns aos outros todos os homens, ajudando os mais fortes aos mais fracos. Possuem bens, em maior ou menor quantidade, conforme os tenham adquirido, mais ou menos por meio da inteligência; ninguém, todavia, sofre, por lhe faltar o necessário, uma vez que ninguém se acha em expiação. Numa palavra: o mal, nesses mundos, não existe.

15. A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

17. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita eqüidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.

PROGRESSÃO DOS MUNDOS

19. O progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento. Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa idéia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam! Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)


O Livro dos Espíritos

DA CRIAÇÃO
PLURALIDADE DOS MUNDOS
Questão 55. São habitados todos os globos que se movem no espaço?
“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.” Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.


Questão 188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?
“Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte.”1
1 Segundo os Espíritos, de todos os mundos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é dos de habitantes menos adiantados, física e moralmente. Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos. O Sol não seria mundo habitado por seres corpóreos, mas simplesmente um lugar de reunião dos Espíritos superiores, os quais de lá irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do fluido universal. Considerado do ponto de vista da sua constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis como que estariam em situação análoga. O volume de cada um e a distância a que esteja do Sol nenhuma relação necessária guardam com o grau do seu adiantamento, pois que, do contrário, Vênus deveria ser tida por mais adiantada do que a Terra e Saturno menos do que Júpiter. Muitos Espíritos, que na Terra animaram personalidades conhecidas, disseram estar reencarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e há causado espanto que, nesse globo tão adiantado, estivessem homens a quem a opinião geral aqui não atribuía tanta elevação. Nisso nada há de surpreendente,